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domingo, 1 de dezembro de 2013

Grupo que deu dinheiro a Flávio Dino tem quase 3 mil casos de trabalho escravo

Dois anos antes de fazer o curioso depósito de R$ 500 mil na conta eleitoral do então candidato ao Governo do Estado do Maranhão Flávio Dino (PCdoB), o Grupo Infinity Bio-Energy já era flagrado praticando trabalho escravo no Brasil. Em 4 anos seguidos já são 2.922 casos registrados pelas representações estaduais do Ministério do Trabalho e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à igreja católica. Trata-se do maior número de ocorrências do gênero praticadas por um só grupo empresarial em território brasileiro.

Em 2008, o Grupo Infinity, que é dono de 10 empresas do ramo de álcool combustível, entre as quais a Alcana Destilaria de Álcool de Nanuque S.A., foi inscrito pela primeira vez na Lista Suja do Trabalho Escravo, de responsabilidade do Governo Federal, quando foi flagrado com 89 trabalhadores escravizados em dois canaviais do Espírito Santo.

Tratava-se de uma inscrição provisória que ganhou status de inscrição definitiva em dezembro de 2010, para em fevereiro de 2011 ganhar liminar na Justiça determinando a retirada do seu nome do rol dos grupos escravagistas, exatos quatro meses depois de contemplar o comunista maranhense com meio milhão de reais.
Esses são os maiores números de ocorrências já registradas por
um único grupo empresarial no país.
Em vários documentos, a CPT se queixa de decisões judiciais favoráveis à dona da Alcana Destilaria de Nanuque S.A. e contrárias aos interesses dos trabalhadores. Algumas delas, inclusive, suspendendo operações de resgate desses trabalhadores quando eram feitas pela Polícia Federal. Em várias oportunidades a Infinity foi obrigada a afirmar Termos de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério do Trabalho para sair de situações de interdição de seus canaviais.

Num deles, em 1º de maio de 2011, teve que se comprometer a não mais cobrar nada acima do equivalente a 20% dos salários pelas duas refeições diárias servidas aos empregados, disponibilizar água potável para beber, pagar horas extras e a não cobrar mais pelos uniformes, ferramentas e equipamentos de proteção individual. Além disso, a partir daquela data, foi obrigada a fazer a limpeza diária dos aparelhos sanitários utilizados pelos canavieiros.

Números

2.922 casos de situação de escravidão foram registrados contra o Grupo Infinity em 4 anos no Brasil

89 trabalhadores do grupo empresarial viviam em situação análoga a de escravidão em 2008 no Espírito Santo

R$ 500 mil foi o total doado de uma só vez pela empresa Alcana do Grupo Infinity à campanha de Flávio Dino em 2010

PCdoB tenta confundir ao dizer que Alcana e Infinity não são a mesma empresa

Flávio Dino e o seu PCdoB tiveram uma semana de muito desconforto com a descoberta de que o líder comunista recebeu em sua conta de campanha generosa quantia de empresa que, além de ter sede em paraíso fiscal, é recorrente na prática do trabalho escravo. O presidente da Embratur tentou deixar só para o partido dele a missão de enfrentar o escândalo, mas vez por outra tem tentado desqualificar o caso através das suas participações nas redes sociais.

O líder comunista e o PCdoB disseram, a princípio, que a Infinity só se meteu com trabalho escravo um ano depois de ter azeitado a reta final da campa-nha ao governo do estado, com R$ 500 mil.

Descobriu-se que, desde 2008, o crime de escravizar trabalhadores brasileiros em seus canaviais já era prática comum por parte da empresa amiga de Flávio Dino. Só não se sabe como foi que ele não tomou co-nhecimento de que a Infity já estivera inscrita na Lista Suja do Governo, muito embora ele pró-prio diga que tenha militado em organizações de combate ao trabalho ultrajante. "A menos que o trabalho dele em defesa do direito do trabalhador seja como o que ele faz, hoje, na Embratur, onde pouco comparece", observa o deputado estadual Roberto Costa (PMDB).

Outra tentativa dos comunistas foi dizer que a Infinity é uma coisa e a Alcana de Nanuque S.A. é outra. Não é assim. Infinity é só uma espécie de guarda-chuva sob a qual se abrigam todas as suas operadoras no Brasil, entre as quais a Alcana. O documento que abre o Plano de Recuperação Judicial do grupo deixa isso muito claro.

Por último, o PCdoB revela que as despesas de Flávio Dino em 2010 não foram só de R$ 539 mil, mas sim de R$ 2,8 milhões e que, portanto, o dinheiro da Alcana não teria coberto os mais de 90% da conta, como informou a primeira matéria.

Esse fato não diminui a gravidade da flagrante mistura de um projeto político com o capital de empresas escravagistas e que em meio as suas vítimas podem estar centenas de maranhenses. ( O Estado)

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