Comunistas deixaram a legenda depois de acusar Flávio Dino e Márcio Jerry de patrulhamento; dos socialistas, receberam garantia de “mais respeito”
Por Carla Lima/ O Estado
Por falta de espaço, voto e voz, pelo menos 20 integrantes e dirigentes da União da Juventude Socialista (UJS) do PCdoB deixaram a legenda. Ontem, esses militantes oficializaram a filiação ao PSB. Enquanto perde quadros, na plenária preparatória para o congresso comunista foi lançada uma campanha de filiação partidária.
O centralismo na direção estadual e municipal do PCdoB levou a uma debandada de 90% da direção do movimento de juventude do partido comunista. De acordo com Lúcio Bonavigo, ex-membro da UJS, a falta de assistência do partido levou a um consenso da maioria da direção da entidade, que decidiu deixar a legenda.
"Ainda estamos no mesmo campo político, só que agora com mais espaço e mais respeito", disse Bonavigo.
Natural - Para a filiação dos ex-comunistas ao PSB, que ocorreu na Assembleia Legislativa, veio o secretário nacional da juventude socialista, Bruno da Mata, que acredita que não há conflitos entre os dois partidos, até agora aliados. "Consideramos que o que houve foi um movimento natural de mudança partidária", afirmou.
A mesma ideia tenta passar o presidente municipal do PCdoB em São Luís, Márcio Jerry. Para ele, não há motivos para lamentações porque mudanças partidárias são normais. Jerry disse ainda que não houve essa debandada de filiados comunistas.
Ele resumiu a saída da juventude da legenda em quatro ou cinco militantes, dizendo ainda que o presidente da UJS, Thiago Penha, permaneceu. Na verdade, da direção da entidade, somente Penha permaneceu, segundo esclareceu Lúcio Bonavigo.
“As mudanças partidárias são normais. Todos os dias têm gente que deixa um partido e se filia a outro”, resumiu Jerry.
Ao mesmo tempo em que perdeu 90% da juventude do partido, Jerry anunciou que uma campanha de filiação partidária terá início para "ampliar e aumentar os quadros do partido" que ocorrerá durante as plenárias preparatórias para o congresso comunista em novembro quando será escolhida a nova direção do PCdoB.
Em encontro com Rocha, Igor Lago fala de Senado
Enquanto o PSB recebe novos filiados, o presidente municipal da legenda, Roberto Rocha - pré-candidato ao Senado e vice-prefeito de São Luís - oficializou convite de filiação ao ex-pedetista Igor Lago, filho do ex-governador e fundador do PDT, Jackson Lago.
Igor Lago, que recebeu mais três convites de filiação, entre eles da Mobilização Democrática (ex-PPS), de Eliziane Gama, ainda não decidiu qual o rumo irá tomar. Afirmou que no momento recolhe assinaturas para a Rede Sustentável (Rede) da ex-senadora Marina Silva.
Mesmo sem destino ainda traçado, o filho de Jackson Lago defendeu candidatura única para o Senado das oposições dizendo ser simpático ao nome de Roberto Rocha, que está se viabilizando.
"Defendo uma única candidatura a senador das oposições por duas questões básicas: não há segundo turno para senador e só existe uma vaga. Vejo o nome de Roberto Rocha com muita simpatia. A viabilização da sua candidatura está em processo", afirmou Igor Lago.
Ele disse ainda que o mesmo não deve ocorrer com a disputa pelo Governo do Estado. A oposição, segundo o ex-pedetista, deve lançar mais de um candidato e que no segundo turno, independentemente do nome na disputa, a oposição deve se unir.
Sobre o convite feito a Igor Lago, Roberto Rocha disse que o convite para entrar no PSB foi feito e que a vinda de Lago somaria ao partido.
Sobre o apoio a sua pré-candidatura, Rocha garantiu que recebe com satisfação, mas que o momento agora não é de definições e sim de diálogos.
Além de Rocha, Igor Lago recebeu a visita da deputada Eliziane Gama.
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