O Imparcial
O anúncio da venda da Schincariol para o grupo japonês Kirin tornou ainda mais limitado para as empresas regionais o mercado de bebidas. Mesmo com o conceito de multinacional a nova indústria, que passou a se chamar Brasil Kirin, terá de brigar na fatia dos 25% do setor, já que Coca-Cola e Ambev dominam as fatias maiores e são donas dos outros 75%, conforme avaliação Marco Túlio Hoffmann Andrade, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas do Maranhão (Sindbebidas) e diretor da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras).
Segundo Marco Túlio, até bem pouco tempo atrás havia no Brasil cerca de 800 fábricas de bebidas não alcóolicas, mas hoje elas não passam de 250 e daqui a dez anos, no máximo, este número deve estar reduzido para 70. Vão escapar, como avalia, as regionais que tiverem agilidade, qualidade na produção, bom relacionamento com os comerciantes e comprometimento com o cliente.
Diretor, desde o ano passado, a Psiu, ele diz que uma das maiores bobagens é que se brigar com gigantes do setor. Ele elenca uma série de situações que tornam a concorrência desproporcional, como reserva de 75% da exposição em supermercados, exclusividade em alguns estabelecimentos gastronômicos, forte estrutura de distribuição e valor agregado de produtos (alcoólicos e não alcoólicos) e outros. Ele destaca, no entanto, que o gigantismo traz suas deficiências, pois essas grandes empresas não conseguem ter a mesma mobilidade de atendimento das pequenas e é isto que faz com se mantenham firme no mercado.
Participação
De acordo com o executivo, o consumo per capita de refrigerantes no Brasil é de 70 litros/ano. No Maranhão, pelas suas estimativas, são consumidos anualmente 450 milhões de litros da bebida, sendo a sua empresa responsável por 10% desse consumo, já que tem hoje uma produção de 45 milhões de litros/ano, 13 milhões a mais do que era em 2011, quando assumiu a empresa. Além dos refrigerantes, a Psiu produz ainda 8 milhões de litros de sucos, energético e água.
Para movimentar esta produção, a empresa conta com 300 empregados diretos e contribuiu para surgimento de mais 1.500 indiretos, já que boa parte dos fretes é terceirizada. Para atender a demanda do mercado, 30 caminhões se abastecem diariamente para levar produtos aos mais diversos tipos de comércio: supermercados, mercearias, lanchonetes, bares etc.
Instalada numa área de 20 mil metros quadrados, a Psiu, segundo seu diretor, tem espaço suficiente para dobrar sua capacidade. Crescimento, aliás, é uma das principais metas a ser perseguida nos próximos dias e a meta é sair dos 45 milhões de litros ao ano para uma produção de 80 milhões. Não está nos planos da empresa sair do segmento não alcoólico, já que as experiências mostram que quem opera bem num destes segmentos nem sempre tem bom desempenho em outros. Sem citar nomes, Marco Túlio diz que basta analisar o que fortalece cada uma dos gigantes do setor.
Produtos
Marco Túlio ensina que não é fácil se manter num ramo em que a diversidade é uma exigência. Na sua empresa, por exemplo, são seis tipos de refrigerante - Psiu uva, laranja, cola, teen e guaraná e o Mate Couro - um energético e uma água. Para atender a variedade de consumo, são cinco tipos de embalagens: dois litros, 1,5 litro, 1 litro, 500 ml e 250 ml. "Temos que ter produto que vai do consumidor individual a uma família", justifica. Ele frisa ainda que uma das maiores descobertas foi o Psiu Teen (cor de rosa), responsável por 40% das vendas.
Marco Túlio garante que dos 217 municípios, a sua marca está presente m 185, que atendidos semanalmente, sendo que para isto são 50 vendedores. De acordo com ele, enquanto os gigantes concentram mais de 70% de suas vendas no autoatendimento, a Psiu dá preferência, no mesmo percentual, para vendas de rotas, isto é, porta em porta, como um adendo: "nossos vendedores conhecem nossos distribuidores pelo nome", diz ele, acrescentando que outra deficiência da concorrência, que facilita a quem não é tão robusto, é o desprendimento, pois "se o cliente quer apenas um fardo, vamos levar, estando ou não ele na rota".
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