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quarta-feira, 27 de abril de 2016

"Reconheço que é direito do senador discordar de mim ou de qualquer outro militante de nosso partido", diz Luciano Leitoa

O presidente do PSB no Maranhão, prefeito Luciano Leitoa se manifestou por meio do seu perfil no Facebook sobre a crise instalada no seu partido, e as especulações envolvendo o nome do senador Roberto Rocha.

Luciano Leitoa diz no texto que a não eleição de Rafael Leitoa a deputado estadual se deu pelo acordo em apoiar em Timon o hoje deputado federal Zé Reinaldo Tavares, com isso, os Leitoas ficaram impossibilitados de trocar apoio político com quaisquer candidato nas última eleições. “Como não há vitórias sem custos, coube ao nosso grupo político arcar com o ônus de sacrificar a candidatura de nosso grupo a deputado estadual que não obteve êxito por menos de três mil votos. Como ficamos impossibilitados de trocar apoio com quaisquer outros candidatos diante do compromisso com Roberto Rocha e Zé Reinaldo, amargamos a primeira suplência”. 

Confira abaixo o texto na íntegra:

NÃO VAMOS DESISTIR DE CONSTRUIR UM PSB DE TODOS

O Partido Socialista Brasileiro – PSB surgiu em 1947 como uma alternativa ao Partido Trabalhista Brasileiro de Getúlio Vargas e aos comunistas do antigo Partidão, o PCB. Criticavam nestas organizações o culto excessivo à personalidade e a ausência de democracia interna nestas organizações.

O respeito à democracia está, portanto, na gênese da nossa instituição. Não por acaso, são convicções inegociáveis do PSB o direito à divergência e incentivo ao debate interno. Com efeito, buscamos transformar as estruturas da sociedade sob a égide intransponível dos princípios democráticos.

Há 69 anos, estes foram os alicerces que ampararam a criação do nosso partido, e hoje, como presidente democraticamente eleito do PSB no Maranhão, busco homenagear nosso manifesto de fundação e nossos fundadores, sendo intransigente na defesa desses ideais.

Tenho procurado, ao longo do nosso mandato à frente do PSB, alimentar a democracia interna do partido ouvindo nossas bases, dando espaço aos movimentos organizados e, principalmente, buscando a construção coletiva de um partido que esteja a serviço do nosso povo e de nossa sociedade, e jamais a reboque de um projeto político pessoal.

Prova disto é que ao ser indicado pelo presidente Eduardo Campos para assumir uma Comissão Executiva Provisória, busquei ao lado de incontáveis e valorosos companheiros iniciar a reconstrução do partido em nosso estado fortalecendo-o nas bases e ampliando sua representatividade política. O resultado deste trabalho é um partido vitorioso, que possui um diretório estadual eleito sob as regras estatutárias em um congresso reconhecido pela Executiva Nacional.

Destaco, ainda, o fato de termos obtidos 6,04% dos votos válidos para deputado federal nas eleições de 2014, superando com folga a cláusula de barreira que exige um mínimo de 5% para um estado pleitear o direito a organizar-se em diretório.

Assim, como membro da executiva nacional e conhecedor do nosso partido, sei que não somos uma organização cartorial. Ao contrário, somos frutos das lutas de nosso povo, da cidade e do campo, e jamais atentaremos contra a democracia interna do PSB ou dos anseios de sua base.

Desta forma, guiado pelos fundamentos de nosso partido, busco colaborar com a consolidação do PSB em nosso estado, mas, acima de tudo, fazer com que o PSB seja protagonista nas transformações que o nosso estado e nosso povo reivindicam.

Diante do exposto, cabe me manifestar sobre as especulações de que o PSB do Maranhão estaria na eminência de uma intervenção a partir de articulações do senador Roberto Rocha em Brasília.

Reconheço que é direito do senador discordar de mim ou de qualquer outro militante de nosso partido. Respeitando seu ponto de vista, é o meu dever trazer à reflexão alguns fatos que o mandato de senador eventualmente tenha anuviado.

Após décadas de domínio da família Sarney sobre o nosso estado e do traumático golpe sofrido pelo povo com a cassação do governador Jackson Lago, o Maranhão enxergava a possibilidade de se reencontrar com sua libertação através da eleição de Flávio Dino para o cargo de governador nas últimas eleições.

Flávio não representava um projeto pessoal ou partidário, mas um conjunto de valores alimentados por todos nós que compúnhamos a oposição àquela oligarquia. Era consenso em nosso campo político que para esta transformação dar-se verdadeiramente, deveríamos eleger a chapa completa, ou seja, o governador e, pela primeira vez, um senador da oposição.

É fato conhecido de todos que naquele momento havia dois candidatos a senador para uma única vaga na chapa. Eram eles Roberto Rocha e o ex-governador José Reinaldo Tavares.

Sintonizado com o propósito do partido que oferecia, naquele momento, o nome de Eduardo Campos para presidente da república, coube a mim, como presidente estadual do PSB, contribuir com a construção coletiva de uma chapa competitiva em nível estadual e ainda fortalecer nosso projeto nacional. Estava em jogo naquele momento, além da unidade do nosso campo ou do mandato de senador, o sucesso de um projeto plural e popular. Fazer com que todos compreendessem este momento talvez tenha sido o maior desafio desta tarefa.

Diante do impasse de dois candidatos para uma vaga fui orientado pelo presidente Eduardo Campos a procurar o ex-governador Zé Reinaldo e sinalizei com o apoio do grupo político que represento em Timon para sua candidatura a deputado federal. Da mesma forma, o grupo político de Roberto Rocha o apoiaria para deputado em Balsas. Em troca estaríamos todos comprometidos com a eleição de Roberto Rocha para senador da república.

Profundo conhecedor da conjuntura política do Maranhão e compreendendo aquele momento, o ex-governador abriu mão da disputa pelo senado e, em comum acordo com o governador Eduardo Campos, Zé Reinaldo candidatou-se a deputado federal.

Em Timon cumprimos com a nossa parte e colaboramos com 18.533 votos ou 24,46% dos votos válidos em nosso município, o que fez de Zé Reinaldo o primeiro colocado para o cargo de deputado federal em nossa cidade.

Igualmente, ganharam as eleições em Timon os nossos candidatos a governador, Flávio Dino, com 46.359 (64,98%), e, para senador, Roberto Rocha, com 37.370 (54,68%), o que lhe deu uma margem de mais de 10% acima de seu oponente direto.

Como não há vitórias sem custos, coube ao nosso grupo político arcar com o ônus de sacrificar a candidatura de nosso grupo a deputado estadual que não obteve êxito por menos de três mil votos. Como ficamos impossibilitados de trocar apoio com quaisquer outros candidatos diante do compromisso com Roberto Rocha e Zé Reinaldo, amargamos a primeira suplência.

Nosso grupo, porém, não encarou este percalço em nenhum momento como derrota. Ajudamos a eleger o governador e o senador do Maranhão. Se este era o preço a se pagar pela libertação do nosso estado, tínhamos cumprido nossa missão.

Tratam-se de fatos jamais trazidos por mim ao conhecimento público porque acredito que estes gestos se fazem no anonimato. À luz da sociedade deve estar nossa postura como homens públicos, comprometidos com o triunfo do nosso povo e não com o êxito de projetos pessoais de poder.

Neste sentido, reafirmando a vocação democrática do PSB e confiando no respeito do senador às instâncias democráticas do nosso partido, convido-o a dividir com o conjunto de nossas bases quaisquer insatisfações ou críticas que tenha para com a nossa direção estadual.

Não há ambiente mais propício para se debater o partido e seus rumos do que ao lado de quem o constrói verdadeiramente. Ao manter-se ausente do convívio partidário, de sua rotina e dos seus espaços deliberativos, o senador abre mão, antes de um direito, de um dever.

Diante da crise político-institucional que o país vive, o PSB, respaldado por sua história, tem a obrigação de oferecer à nação uma alternativa. Foi essa leitura que Eduardo Campos fez ao aceitar candidatar-se a presidente do Brasil.

Em Timon, diante de milhares de companheiros, dentre eles o próprio senador, Eduardo urgiu do nosso partido manter-se fiel às suas origens e inspirações. Não por acaso, frase que encantou o Brasil, afirmou que em seu governo “o senador Sarney seria oposição os 4 anos”.

Assim, respeitosamente, Convido-o a participar da reunião do diretório estadual do partido no próximo sábado (30) e, diante de dirigentes, militantes e movimentos organizados, exponha sua posição e faça valer seu direito de discordar.

Democraticamente o ouvirei.

Saudações socialistas,

Luciano Leitoa
Presidente da Executiva Estadual do PSB/MA

PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO

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