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terça-feira, 6 de novembro de 2012

No Nordeste, benefício a agricultores é alvo de fraudes

Irregularidades que revivem antiga tradição: a exploração da indústria da seca

Francisco Romão da Silva (foto abaixo), de 64 anos, vai devagar até uma das paredes da casa feita de taipa. Pega três garrafas PET que guardam grãos de feijão e fava, e as coloca no chão, na frente da equipe do GLOBO.
Seca. Francisco Romão (sentado) com a família, na casa de taipa onde moram na cearense Cedro: nas três garrafas PET em primeiro plano está o que sobrou da colheita dele (Hans Von Manteuffel)
— Consegui tirar isso aqui — é a resposta do agricultor ao ser perguntado o que ele queria dizer quando afirmava ter perdido “tudo” com a seca que atinge o Ceará este ano.

Romão mora com a mulher e os quatro filhos em Cedro (CE), a cerca de 400 quilômetros de Fortaleza, no semiárido. Vivem com R$ 204 do Bolsa Família e mais uma aposentadoria por invalidez — há seis anos, o agricultor teve um AVC.

Apesar da perda com a estiagem, até meados deste ano Romão afirmava não receber, há mais de dois anos, o Garantia Safra, benefício que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) paga a agricultores familiares com renda familiar mensal de até 1 salário mínimo e meio, em municípios que perderam no mínimo 50% da produção com a seca.

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